sábado, 24 de julho de 2010

Que tal investir no ensino à distância? (Danuza Peixoto)

Fonte: Revista Ouse/ ed.6

Não

Cezar Britto, ex-presidente do Conselho Federal da OAB:

“Não pode haver dúvida sobre a qualidade técnica do advogado. Assim, a formação desse pro fissional deve ser baseada em todos os preceitos básicos da educação tradicional. Uma defesa mal-fundamentada pode pôr a perder todos os princípios de um pro ssional. O ensino de qualidade deve ser controlado pelo MEC, o que não tem ocorrido com os cursos tradicionais, o que dirá com os de ensino à distância. O que se vê são milhares e milhares de universidades caça-níqueis que estão mais interessadas em aumentar o seu número de alunos e não na qualidade do seu corpo docente e na sua estrutura. Autorizar o curso à distância é aumentar o caos que já existe na situação atual da educação, principalmente em relação aos cursos de Direito. Porém, caso haja uma boa fiscalização do Ministério da Educação, um bom investimento das instituições em infraestrutura e, principalmente, no seu corpo docente, eu acredito que esta possa ser uma boa alternativa para cursos de especialização, mas não para a graduação”.

Sim

José de Sá, docente da Faculdade de Comunicação e da FAGES da Universidade Metodista de São Paulo:

“Assim como nos cursos tradicionais, é preciso saber escolher a universidade. Existem instituições sérias, que investem na sua estrutura e no seu corpo docente, que deve ser altamente especializado. Não basta dominar formas de ensino, mas também algumas técnicas de televisão, por exemplo. Mas o principal segredo está na fiscalização do Ministério da Educação, que deve regulamentar esses cursos e ficar atento para que eles sigam todas as normas estabelecidas. Também é muito importante que o aluno tenha maturidade su ficiente para criar o seu próprio plano de estudo, já que não terá o professor para lhe auxiliar sempre. Maturidade é item fundamental, por isso os alunos com mais idade costumam se sair melhor com este tipo de ensino. Outro ponto interessante é o acesso, já que este meio facilita a qualquer aluno, esteja ele distante o quanto estiver, assistir à aula pela Internet. Essa forma de ensino dá esperança às pessoas, faz com que elas cresçam, atinjam novos objetivos. Existem alunos com 40, 50 anos que estão se graduando. Basta responsabilidade e maturidade”.