Universidades públicas estudam maneira de aumentar controle sobre os processos para evitar matrículas múltiplas, que são comuns apesar de serem proibidas por lei federal; os três vestibulares continuariam sendo realizados de forma independente
A Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) querem integrar seus processos de inscrições e matrículas a partir do ano que vem. O objetivo da proposta, ainda em estudo, é evitar matrículas múltiplas em mais de uma instituição - o que atrasa a divulgação das listas seguintes de aprovados.
Apesar de uma lei federal proibir que uma mesma pessoa ocupe simultaneamente duas vagas de graduação em instituições públicas de ensino superior, muitos alunos, aprovados em duas ou mais universidades, acabam se matriculando em todas elas para mais tarde decidir onde querem estudar.
Após feita a opção, eles confirmam o interesse pela vaga somente no curso escolhido - deixando, então, as demais vagas livres para novas chamadas. Essa prática atrasa as próximas convocações e faz com que os últimos chamados ingressem quase um mês após o início das aulas.
"A ideia é aproximar mais ainda as ações das três universidades e tornar o processo de matrícula mais eficiente e rápido, evitando que candidatos aprovados em mais de uma das instituições não ocupem a vaga daqueles que estão esperando", disse a pró-reitora de graduação da USP, Telma Zorn. "Sabemos que muitos candidatos prestam mais de um vestibular. A ideia é que as três instituições acompanhem o processo e conheçam os candidatos e quais foram aprovados", explica.
A pró-reitora de graduação da Unesp, Sheila Zambello de Pinho, afirma que a fluidez que a mudança trará é essencial. "Os aprovados são praticamente os mesmos nas três instituições e em outras também", afirma. Segundo ela, a discussão está agora com as fundações responsáveis pelos respectivos vestibulares. A Vunesp, que realiza o exame da Unesp, afirmou apenas que a reunião foi preliminar e informou que novos encontros para tratar do tema vão ocorrer.
A proposta em discussão sugere que as matrículas das três universidades sejam feitas no mesmo dia ou no mesmo período de dias. As outras convocações também seriam concomitantes. Com a unificação dos sistemas, um aprovado em Medicina na USP e na Unicamp numa mesma chamada, por exemplo, só vai poder se matricular em uma delas, liberando automaticamente a outra vaga.
As universidades pretendem dar aos candidatos um período - possivelmente de três dias - para que eles se decidam por uma delas.
De acordo com Renato Pedrosa, da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), também está sendo estudada uma forma de lidar com a possibilidade de o aluno já ter se matriculado em uma instituição na primeira chamada, por exemplo, mas ser convocado por outra na terceira e querer trocar de vaga.
Segundo Pedrosa, é difícil que as mudanças sejam implementadas ainda neste ano. "Mesmo após a decisão, o sistema ainda precisa ser testado. A discussão está em fase de análise dos requisitos técnicos para a viabilidade do sistema. Ainda não se sabe como o processo seria feito", disse.
As unificação não será acadêmica: na prática, para os candidatos, os três vestibulares vão continuar funcionando da mesma forma, um independente do outro, e cada um cobrando sua taxa de inscrição. A proposta não vai impedir que o candidatos prestem vestibular em mais de uma instituição.
Banco de dados. Hoje, cada universidade tem seu processo de inscrição e de matrículas de forma independente. Com a proposta da unificação, as universidades formariam um banco de dados e teriam um maior controle do que ocorre em cada instituição. Além disso, os estudantes preencheriam apenas um questionário socioeconômico.
"A ideia é também estudar esses questionários", afirma Maria Thereza Fraga Rocco, da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), que acredita que a mudança vai dar mais velocidade aos processos.
Procura e oferta
132.993
pessoas se inscreveram no vestibular da Fuvest do ano passado
10.752
vagas foram disputadas
52.939
alunos se inscreveram no exame da Unicamp do passado
3.320
vagas estavam em jogo na prova de 2010 da universidade
80.319
se inscreveram na Unesp 2011
6.484
vagas foram ocupadas
Mariana Mandelli - O Estado de S.Paulo
Jose Patricio/AE–10/1/2011
Disputa. Candidatos fazem Fuvest; proposta não vai impedir que candidatos prestem vestibular em mais de uma instituição
Após feita a opção, eles confirmam o interesse pela vaga somente no curso escolhido - deixando, então, as demais vagas livres para novas chamadas. Essa prática atrasa as próximas convocações e faz com que os últimos chamados ingressem quase um mês após o início das aulas.
"A ideia é aproximar mais ainda as ações das três universidades e tornar o processo de matrícula mais eficiente e rápido, evitando que candidatos aprovados em mais de uma das instituições não ocupem a vaga daqueles que estão esperando", disse a pró-reitora de graduação da USP, Telma Zorn. "Sabemos que muitos candidatos prestam mais de um vestibular. A ideia é que as três instituições acompanhem o processo e conheçam os candidatos e quais foram aprovados", explica.
A pró-reitora de graduação da Unesp, Sheila Zambello de Pinho, afirma que a fluidez que a mudança trará é essencial. "Os aprovados são praticamente os mesmos nas três instituições e em outras também", afirma. Segundo ela, a discussão está agora com as fundações responsáveis pelos respectivos vestibulares. A Vunesp, que realiza o exame da Unesp, afirmou apenas que a reunião foi preliminar e informou que novos encontros para tratar do tema vão ocorrer.
A proposta em discussão sugere que as matrículas das três universidades sejam feitas no mesmo dia ou no mesmo período de dias. As outras convocações também seriam concomitantes. Com a unificação dos sistemas, um aprovado em Medicina na USP e na Unicamp numa mesma chamada, por exemplo, só vai poder se matricular em uma delas, liberando automaticamente a outra vaga.
As universidades pretendem dar aos candidatos um período - possivelmente de três dias - para que eles se decidam por uma delas.
De acordo com Renato Pedrosa, da Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest), também está sendo estudada uma forma de lidar com a possibilidade de o aluno já ter se matriculado em uma instituição na primeira chamada, por exemplo, mas ser convocado por outra na terceira e querer trocar de vaga.
Segundo Pedrosa, é difícil que as mudanças sejam implementadas ainda neste ano. "Mesmo após a decisão, o sistema ainda precisa ser testado. A discussão está em fase de análise dos requisitos técnicos para a viabilidade do sistema. Ainda não se sabe como o processo seria feito", disse.
As unificação não será acadêmica: na prática, para os candidatos, os três vestibulares vão continuar funcionando da mesma forma, um independente do outro, e cada um cobrando sua taxa de inscrição. A proposta não vai impedir que o candidatos prestem vestibular em mais de uma instituição.
Banco de dados. Hoje, cada universidade tem seu processo de inscrição e de matrículas de forma independente. Com a proposta da unificação, as universidades formariam um banco de dados e teriam um maior controle do que ocorre em cada instituição. Além disso, os estudantes preencheriam apenas um questionário socioeconômico.
"A ideia é também estudar esses questionários", afirma Maria Thereza Fraga Rocco, da Fundação Universitária para o Vestibular (Fuvest), que acredita que a mudança vai dar mais velocidade aos processos.
Procura e oferta
132.993
pessoas se inscreveram no vestibular da Fuvest do ano passado
10.752
vagas foram disputadas
52.939
alunos se inscreveram no exame da Unicamp do passado
3.320
vagas estavam em jogo na prova de 2010 da universidade
80.319
se inscreveram na Unesp 2011
6.484
vagas foram ocupadas
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